-Atribui-se a Lavoisier: “…nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. No caso da produção de energia resultante de combustão, as transformações produzem também gases e partículas nocivos ao meio ambiente, o que, ao que consta, não teria sido preocupação para Lavoisier nem para muitos outros depois dele. Graças à importância crescente e prioritária que merece a protecção do ambiente, estes factores indesejados têm sido diminuídos pela tecnologia mas não podem ser eliminados totalmente. O modo mais corrente de produzir energia tem por base uma combustão.
Agora outra face do problema: o consumo. Se como cidadãos não podemos alterar os processos de geração, podemos pelo menos implementar modos de reduzir os consumos. Existem várias maneiras de atingir este objectivo, algumas gratuitas como a simples mudança de hábitos, por entre muitas outras, até porque estas medidas não favorecem só o ambiente mas também as economias familiares.
Também nos cabe o papel igualmente importante de exigir a quem nos fornece produtos ou serviços que o faça de forma energeticamente responsável. Aqui incluem-se certamente as autarquias, que pagam as despesas com os nossos impostos, logo mais rigor se exige no que consomem. Para apoiar nesse sentido existem as Agências Regionais de Energia, as quais têm por missão elaborar estudos e projectos no sentido de promover um uso mais racional da energia, valorizar os recursos energéticos locais, gerir e preservar o ambiente nos municípios seus associados. Os estudos prevêem poupanças assinaláveis só com alteração de atitudes, sugerem alternativas de iluminação e sinalização públicas, aquecimento de piscinas e outros equipamentos e edifícios, alteração de contratos para condições mais favoráveis. As possibilidades são muitas, o que só evidencia a falta de preocupação que tem sido corrente.
Certamente não bastam projectos e estudos, é necessário implementar e disso dar conta aos cidadãos, evidenciando a relação custo/benefício/poupança. Também assim se faz a sensibilização das pessoas para o problema energético/ambiental. Como em muitos outros aspectos da vida, as alternativas ao que se faz porque sempre se fez estão mesmo à nossa frente, basta alguma reflexão para as entendermos como viáveis e necessárias.