Greenpeace

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quinta-feira, 26 de março de 2009

Energia e Ambiente

-Atribui-se a Lavoisier: “…nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. No caso da produção de energia resultante de combustão, as transformações produzem também gases e partículas nocivos ao meio ambiente, o que, ao que consta, não teria sido preocupação para Lavoisier nem para muitos outros depois dele. Graças à importância crescente e prioritária que merece a protecção do ambiente, estes factores indesejados têm sido diminuídos pela tecnologia mas não podem ser eliminados totalmente. O modo mais corrente de produzir energia tem por base uma combustão.

Agora outra face do problema: o consumo. Se como cidadãos não podemos alterar os processos de geração, podemos pelo menos implementar modos de reduzir os consumos. Existem várias maneiras de atingir este objectivo, algumas gratuitas como a simples mudança de hábitos, por entre muitas outras, até porque estas medidas não favorecem só o ambiente mas também as economias familiares.

Também nos cabe o papel igualmente importante de exigir a quem nos fornece produtos ou serviços que o faça de forma energeticamente responsável. Aqui incluem-se certamente as autarquias, que pagam as despesas com os nossos impostos, logo mais rigor se exige no que consomem. Para apoiar nesse sentido existem as Agências Regionais de Energia, as quais têm por missão elaborar estudos e projectos no sentido de promover um uso mais racional da energia, valorizar os recursos energéticos locais, gerir e preservar o ambiente nos municípios seus associados. Os estudos prevêem poupanças assinaláveis só com alteração de atitudes, sugerem alternativas de iluminação e sinalização públicas, aquecimento de piscinas e outros equipamentos e edifícios, alteração de contratos para condições mais favoráveis. As possibilidades são muitas, o que só evidencia a falta de preocupação que tem sido corrente.

Certamente não bastam projectos e estudos, é necessário implementar e disso dar conta aos cidadãos, evidenciando a relação custo/benefício/poupança. Também assim se faz a sensibilização das pessoas para o problema energético/ambiental. Como em muitos outros aspectos da vida, as alternativas ao que se faz porque sempre se fez estão mesmo à nossa frente, basta alguma reflexão para as entendermos como viáveis e necessárias.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fenomenal, pá!

A expressão “fenómeno do Entroncamento” faz parte do nosso vocabulário, tal como uma imagem de marca ou como se de uma “região demarcada do fenómeno” se tratasse, mas fenomenal é de facto a condição nacional, senão vejamos: os governantes são eleitos por maiorias, logo através de um processo democrático. Até aqui, menos mal.

Mas tornou-se prática corrente os candidatos pedirem ao povo maiorias absolutas, dizem que para levar a cabo todas as suas politicas “reformistas”, quais balas de prata para os males que nos assombram. Ora, as maiorias absolutas são em si contra-senso do conceito de democracia e não nos têm trazido nem governos nem governantes de melhor qualidade, antes pelo contrário. Agora, mais estranho ainda, as maiorias votantes depois não se encontram em lado nenhum, ninguém assume ter votado em quem assim põe e dispõe sem entraves e em qualquer um se encontra um crítico em potência (pensando melhor, mesmo para criticar já se encontram reservas mais ligadas a outros tempos).

Mas o nacional- porreirismo-masoquismo continua, nas eleições seguintes lá vem o mesmo discurso da maioria absoluta, qual cenoura acenada ao burro na ponta de uma vara longa (não, o outro não é, já o provou outra vez em Inglaterra), como remédio para o que não foi feito (mesmo sem oposição), para o que ficou mal feito (ainda que tenha sido pelos mesmos que repetem a candidatura). E, contra todas as regras da sanidade mental, lá vai a maioria dos votantes aplicar a cruzinha, qual filho pródigo de regresso, nos que se têm repetido e eternizado nas cadeiras do poder, ainda com o facilitismo das maiorias absolutas.

Estas oportunidades perdidas, que de facto o são, debilitam a voz e a acção dos que podem trazer um aumento de qualidade ao poder, porque oposição de qualidade obriga a governação criteriosa. Se o título deste texto tivesse sido “Ensaio sobre a Cegueira”, isso era apenas mera coincidência com o livro escrito por um Nobel português, coincidência ou não, exilado por opção.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Direitos VS Oportunismo

Conforme anunciado recentemente pelo 1º Ministro, está na sua agenda a questão sobre o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, já consagrado como direito na constituição Portuguesa e tido como direito fundamental da União Europeia, mas impossibilitado pela redacção actual da lei civil. Esta declaração de intenção vem do líder do mesmo partido que inviabilizou recentemente (10 Outubro 2008) os projectos de lei do Bloco de Esquerda e do Partido Os Verdes, projectos com valor reconhecido pelos movimentos que integram a plataforma de interesse para a alteração da lei. Fica a curiosidade sobre o que vai sair do congresso do PS em relação a uma descriminação vergonhosa, anti-constitucional (isso sim, já causa antiga dos discriminados e dos que sempre os apoiaram), num assunto que tem sido gerido a um ritmo controlado pelo partido do PM.

Será que não é oportunismo político (acusação feita pelo PS aos partidos que apresentaram projectos) apresentar agora esta intenção? E a suposta falta de mandato político e social já não vai ser obstáculo? Suposta, sim, porque esta alteração da lei não implica limitações de liberdades nem acréscimo de custos para os contribuintes. Suposta, pois têm sido poder até agora e um poder capaz de aprovar quase tudo o que queira aprovar, como sabemos. Será que alguém acredita que esta causa tardiamente defendida pelo Eng.º Sócrates (face á urgência de correcção da perda de direitos e alinhamento constitucional) e agora mais simpática para o mesmo (talvez a pensar nas eleições que se aproximam) não seria já realidade se o hipotético dividendo político fosse superior ao bem social e ambos revertessem a favor do PS?

Muito vai ficando por fazer, é esse o cerne desta governação PS: tudo o que não foi feito, apesar de todos os meios à disposição. E algo do que falta fazer está nos projectos de lei que o BE apresentou, onde, além do fim da discriminação no casamento, se consagra em separado alteração à lei da Adopção, fomentando o pleno direito dos casais do mesmo sexo. Nota: aos que leram estas linhas e se arrepiaram ou benzeram, queremos espaço, deixem passar um futuro mais justo para todos e todas…

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Agenda 21 Local

Sobre o último fórum público da Agenda 21 Local de Abrantes (Dezembro 2008) já muito se escreveu e falou. De qualquer modo e face á grande quantidade de asneiras debitadas acerca do assunto, aparentemente só da parte de quem não participou, penso que posso dar o meu modesto contributo, como participante, para esclarecer os que se interessam mas não puderam estar presentes. Para começar, como os que se queixam do mesmo, não fui formalmente convidado, mas resolvi comparecer na mesma. Como cidadão exerci o direito e dever de participação no fórum que, recorde-se, era público. Não sei se éramos 100, nem sei quantos foram remunerados pela participação, mas sei que a minha foi bem intencionada e gratuita, aparte um bolinho e um café num intervalo rápido dos trabalhos, que se prolongaram bem para lá da meia-noite.

-Foram expostos temas, resultantes de inquéritos à população e mais alguns sugeridos pelo público presente, dos quais foram escolhidos 4, por votação. Sobre esses debruçaram-se vários grupos de trabalho, que idealizaram projectos no âmbito do tema escolhido, de forma a escolher 3: o mais inovador, o mais viável, o mais urgente. Um porta-voz por grupo apresentava estes projectos.

-Posso não concordar com os rumos seguidos pelo poder, mas quaisquer iniciativas que me permitam exprimir a minha opinião de forma útil, aceitando o meu contributo para possibilidades a explorar, são bem vindas e apreciadas. Isto é expressão de Democracia e vai ao encontro da vontade, legítima e desejável, que todo o cidadão deve ter de ser ouvido (e a sua opinião pesar) nas decisões que possam afectar de forma significativa a sua vida. Embora seja possível apontar lacunas (por exemplo, todos os temas importantes que foram eliminados para chegarmos apenas a quatro), só pelo facto de encorajar a participação mostra claramente um caminho. No final foram apontados, unanimemente, 2 vectores indicativos do que queremos para Abrantes em termos de poder local: Inovação e Participação.

Sendo de aplicação recente em Abrantes, este processo encontra paralelo em algo desde sempre proposto pelo Bloco: os Orçamentos Participados, que são já prática efectiva em vários órgãos autárquicos do país.

domingo, 3 de agosto de 2008

Energia Nuclear

Quando tanto se fala da energia nuclear, creio ser boa altura para lançar alguma discussao sobre o assunto. Como todos ja devem ter percebido, o nosso pais embarcou numa de energias alternativas (ditas verdes mas nem sempre será bem assim) que está a ser paga por todos os contribuintes e pagantes de electricidade, o que até se pode justificar com o argumento que devemos salvar com sacrificio o que ainda puder ser salvo do Ambiente (e já se falou de tambem pagarmos pelos NAO pagantes). Tudo isto será "porreiro pá" se ou quando estas energias forem auto-sustentaveis, o que nao é o caso de momento. Dito de outra forma, pagamos um preço mais alto para sustentar a produção de energia "verde" porque os processos de a produzir ainda sao mais caros do que os que produzem a partir de combustiveis fosseis (sao é menos danosos para o meio ambiente). Neste contexto surge a energia nuclear como bandeira para alguns, com o argumento de que é a energia mais limpa que existe, pelo menos na geraçao. Apenas (e este é um grande apenas) apresenta o problema dos residuos, alem doutro que nao é muito falado mas extremamente importante, ainda mais no nosso país: os processos de controle e manutenção requerem pessoas, procedimentos e "know-how" extremamente especializados, que nao creio que existam no nosso país, logo teriam de ser importados junto com a tecnologia, acrescendo aos custos totais. Mesmo depois de formadas pessoas para este genero de processo, repito, extremamente critico, com o genero de atitude que o povo portugues (no genérico) tem em relação a tudo (facilitismo, "desenrasca", inconsciencia, lei do menor esforço aplicada ao quadrado) em pouco tempo teriamos problemas na certa. Conclusão: -com bacanos portugas ("ingenheiros" logo no cimo da lista) a tomar conta de- Energia Nuclear: Não! (por enquanto)

Incrivel! Beatbox (tipo do anuncio Vdfone)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Genes Portugueses

Como eu vejo as coisas, vivemos num País com uma percentagem elevada de descendentes do "Velho do Restelo". Dá ideia de que os genes do citado Velho se transmitiram com mais eficácia do que os dos Herois da História de Portugal. Mas tenho uma teoria que justifica esta ideia: o Velho ficava sempre em terra quando as expedições partiam, certo? E a maior parte dos aventureiros já nem sequer voltava para contar a história, quanto mais para procriar...logo os que não se aventuravam no mar, aventuravam-se em terra...está-se mesmo a ver onde é que esta m.... veio a dar. Ainda bem que alguns voltaram e procriaram senão vocês não estariam agora a ler isto (porque eu não o teria escrito...)